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Foto: Copasa/Divulgação

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o diretor-geral do Igam, Marcelo da Fonseca, palestrou sobre o Plano de Segurança Hídrica de Minas Gerais

 

Ações desenvolvidas pelo Governo de Minas para garantir segurança hídrica no estado e as soluções baseadas na natureza foram alguns dos temas debatidos nesta quarta-feira (28/6) durante o segundo dia do 6º Encontro Pró-Mananciais. O evento reúne cerca de 600 pessoas de mais de 200 municípios, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e conta com palestras, oficinas, apresentação de trabalhos e outras atividades.

O diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marcelo da Fonseca, abriu os trabalhos falando da preocupação com a escassez de água que, nos últimos anos, tem atingido regiões onde os recursos hídricos são historicamente abundantes, como a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em razão disso, foram apresentadas as iniciativas do Estado para cuidar da água, como o programa Somos Todos Água, que também atua na proteção e recuperação das bacias hidrográficas de Minas.

 

“Estamos em uma crescente de produção agrícola e precisamos otimizar o volume de água demandado para cada tonelada de alimento produzido. É preciso buscar fontes alternativas, como água de chuva, reuso e outros para reduzir a pressão sobre os rios”, disse o diretor.

 

Outro destaque trazido por Fonseca foi a elaboração do Plano Mineiro de Segurança Hídrica que está em desenvolvimento no Igam. Segundo ele, por meio de um banco de projetos, o plano vai recuperar bacias em áreas prioritárias. “O plano está em estágio avançado e está sendo construído ouvindo a população com consultas públicas e oficinas”, explicou.

 

Ao longo da manhã, a coordenadora de Projetos e Pesquisa da WRI Brasil, Luciana Medeiros Alves, falou sobre as soluções sustentáveis que podem ser implementadas nas cidades e florestas para enfrentar a crise climática no mundo. Um dos programas é o Cities4Forests que, segundo Luciana, é uma rede global que busca mudar a forma como cidades e cidadãos pensam e agem sobre as florestas. “Essa iniciativa está distribuída em várias cidades do mundo e no Brasil está presente em 13 municípios, incluindo Belo Horizonte”, disse.

 

A pesquisadora falou ainda da parceria entre a WRI e a Copasa, firmada em abril do ano passado, com o objetivo de promover estudos e atividades que visam o aperfeiçoamento das soluções baseadas na natureza nas áreas de abrangência das bacias hidrográficas de captação do Sistema Rio das Velhas e Rio Manso. “Os esforços são para garantir a melhoria no abastecimento hídrico na RMBH”, afirmou Luciana.

 

Propriedades rurais

Nos 291 municípios em que está presente, o Pró-Mananciais tem uma atuação robusta nas propriedades rurais que margeiam os rios utilizados pela Copasa para o abastecimento público. Por isso, o encontro contou ainda com duas palestras voltadas para os produtores rurais, que são parceiros da Copasa na proteção de nascentes e mananciais. Uma delas foi com o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Marcelo Arco-Verde, que falou sobre gestão financeira de propriedades rurais e viabilidade financeira de sistemas agroflorestais.

 

O pesquisador deu uma aula de como o produtor rural deve agir como um gestor de sua propriedade, pensando em curto, médio e longo prazos. Segundo ele, é preciso saber administrar todos os recursos disponíveis na propriedade, sejam eles naturais, humanos, tecnológicos e financeiros. “O produtor precisa ter brilho nos olhos ao adotar boas práticas agronômicas, manejo e conservação do solo, adequação ambiental, tudo isso leva a uma maior produtividade e rentabilidade”, destacou o especialista da Embrapa.

 

Os produtores rurais que participaram do encontro também tiveram a oportunidade de conhecer melhor as vantagens e benefícios do Programa de Regularização Ambiental (PRA) de imóveis rurais em Minas por meio da palestra da bióloga e analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Janaina Mendonça Pereira.

 

“Minas Gerais elaborou um programa para a efetivação do Código de Proteção da Vegetação Nativa, porque acreditamos que a conservação e a produção rural sustentável é uma parceria para a vida de todos. É importante que o produtor entenda que aderir ao programa é uma estratégia para ampliar os resultados do Pró-Mananciais”, disse Janaina.

 

O objetivo do programa PRA, segundo a analista ambiental, é trabalhar em parceria com os proprietários dos imóveis rurais na preservação e recuperação de áreas protegidas por lei, resultando em sinergia entre os setores ambiental e produtivo.

 

Na parte da tarde, os participantes do encontro realizaram trabalhos em grupos para trocar experiências das ações desenvolvidas em seus municípios de origem.

 

Pró-Mananciais

O programa foi estabelecido em uma resolução conjunta entre Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) e prevê que 0,5% da Receita Operacional auferida em tarifas seja destinada ao custeio do programa.

 

O programa integra a Agenda ESG da Copasa, sigla que se refere às questões ambientais, sociais e de governança corporativa. Além disso, o programa integra o compromisso da Copasa de responsabilidade socioambiental e de desenvolvimento sustentável, ambos pautados na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), em seus respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e nos dez princípios do Pacto Global. O Pró-Mananciais integra o ODS 6 – Água e Saneamento, que tem entre suas metas melhorar a qualidade de água dos corpos d'água, apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais para melhorar a gestão da água.?

 

Agência Minas